03/03/2010

COLETIVO MTV



COLETIVO: Quais as influências (Dentro e fora da música) do grupo?

Jihad: Nacionais: Geraldo Vandré, Chico Buarque, Simonal, Dom e Ravel, Os Mutantes, Gilberto Gil, Milton Nascimento, O RAPPA, Luiz Gonzaga, Pixinguinha, Nação Zumbi, Gog, Záfrica Brasil, Gilberto Gil...

Internacionais grupos: Moes Def, Rage Agains the Machine,Daz Dillinger, Tha Dogg Pound, Ice cube, Scarface, King T, WC, Mack 10, Warren G e Toda G-Gunk, Era4Life, Easy E, Bone, NWA, Public Enimy, DAM, The Jet Black's, The Jordans e The Cleevers, Ronnie Cord, Mc Ren e Dj Yella, LL cool J, Run DMC, DMX...

Fora da música: Mohamad Ali, Malcom X, Mao Tse Tung, Maomé, Martin Luther King, Zumbi dos Palmares, Castro Alves, Gandhi, Mandela, Anastácia, Olga Benário...

COLETIVO: Nos fale um pouco sobre os projetos que estão por vir.

Jihad: Estamos trabalhando um disco independente intitulado “Rap é a causa pela causa." e o livro “ Os bastidores do rap.” Por Kaab Al-Qadir onde será relatado estes 20 anos de militância constante pela Cultura Hip-Hop o DJ KURTS está escrevendo também um livro relatando suas memórias ao longo de 18 anos em militãncia na cultura Hip Hop.

No demais desenvolvemos já um projeto chamado “Literarua” que é realizado nas comunidades carentes de São Paulo, atualmente sendo executado em Embu na favela do Jd Valo Verde Z/S juntamente com os militantes derivados da comunidade Resistência (do orkut) que são A.L.X [Grupo DRG e RNK grupo Subversos] em parceria e apoio da Atriz Marta Baião e Líder Feminista do CIM (Centro de Informação Mulher) e o trampo em fusão com o grupo Asfixia Social em um projeto chamado “Coletivo Corredor da Morte”.

E entre outras juntamente há membros desta mesma comunidade no orkut (Resistência) onde estamos organizando através da internet a prática em ações ligadas diretamente há comunidades carentes...

COLETIVO: Existe algum preconceito dentro do RAP por você ser mulçumano?

Jihad: Sim. Mas nos serve como incentivo!!! Queremos mostrar o Islam de outra forma. Bem diferente do que se ve em noticiários de TV.

COLETIVO: Como você reage às desconfianças, receios e estranhamentos cometidos por pessoas no seu dia-dia devido a deturpações da imagem dos muçulmanos feitas pela mídia?

Jihad: Uma única... passamos a informação sobre o verdadeiro Islam.

Por ter sido tão amplamente divulgado pela mídia uma imagem pejorativa do verdadeiro significado da palavra Jihad, sendo sempre relacionada à Osama Bin Laden(sem entrar nesse mérito) e atentados terroristas, Você acha que isso pode influenciar negativamente no trabalho da Organização Jihad Racional? Não. Quando formamos o nome, já nos organizamos perante represarias que poderiam e podem surgir.

COLETIVO: Vocês tem um projeto social muito interessante chamado ZUMALUMA, nos fale um pouco a respeito.

Jihad: A associação Zumaluma nasceu da necessidade de existir um espaço cultural dentro da comunidade onde é localizada, a partir de um núcleo de hip-hop liderado por Kaab Al-Qadir (Vulto Madhiba) surgiu a proposta de organizar na favela um espaço com a finalidade de levar a crianças e adolescentes o acesso a livros e a informações culturais. Num imóvel abandonado dentro da favela, foi realizada uma reforma para dar condição de uso ao mesmo.E no dia 12 de Outubro de 2001 a Associação Zumaluma foi inaugurada.

A Associação Zumaluma, tem seu nome formado a partir da junção dos nomes de: Zumbi dos Palmares, Malcom X, Martin Luther King e Nelson Mandela. A escolha desta denominação decorre da necessidade de ressaltar a importância da cultura e historia negra, que durante anos, foi omitida na historia oficial brasileira. E, afora isso, a própria urgência em combater os constantes atos preconceituosos e discriminatórios contra o negro e seus descendentes. A associação Zumaluma é uma entidade civil sem fins lucrativos fundada no ano de 2001 e registrada em 2003 no CNPJ – 06.143.426.0001-80

Sua missão é contribuir para formação integrada e o desenvolvimento – educação, cultura, cidadania, etc. – de crianças, jovens e adolescentes, dando ênfase para valorização da arte e da cultura, como formas de combater a violência, pobreza e a ociosidade tão vista dentro de comunidades carentes, buscando assim integração da comunidade nos trabalhos que a entidade realiza.


COLETIVO: E diante disso, você acha que o RAP precisa de mais ação, mão na massa...Ou só ficar passando mensagem já basta? A melhor revolução seria das palavras ou das atitudes?

Jihad: As palavras devem ser uma decorrente da prática, no caso sendo palavras vinda do rap... acreditamos que fica como obrigação de seus militantes o fazerem, caso contrário acabamos por nos igualar de alguma forma ao que tanto protestamos...

COLETIVO: Internet, você acha que o rap está sabendo aproveitar da melhor forma essa nova arma que aos poucos vai chegando aos que mais necessitam de informação? Em contra partida, os que mais necessitam de informação e tem acesso à internet estão usando com responsabilidade social ou se alienando ainda mais?

Jihad: Sim. A internet é um mecanismo que deve ser explorado por todos... porem é sabido por nós que muitos não tem esse livre acesso, a internet chegou aqui na favela pra nós a menos de 5 anos, no nosso caso tentamos trabalhar com a mesma da melhor forma possível, agora responsabilidade social só na pratica mesmo, porque o que percebemos com aqueles que supostamente já estão há mais tempo nesse veiculo suas preocupações são mais ligadas há auto promoção do que fazer algo que traga benefícios para os que ainda nem sonham com isso tudo aqui.

COLETIVO: Vocês acham que o rap poderia ter uma participação política ainda maior devido a credibilidade que os grupos passam o seu público?

Jihad: Certamente, mas não sabemos se estariam preparados, só a ação mesmo poderia nos responder com mais veemência.

COLETIVO: O que você acha que precisamos para vivermos em um país com menos violência?

Jihad: Respeitar e dar-se o respeito, hoje a violência esta impregnada em todas camadas sociais não é mais uma exclusividade da periferia, poderia aqui falar sobre educação, cultura, lazer... como saídas contra esse câncer, mas não acreditamos que isso resolva, se não houver uma conscientização sobre oportunidades que devem ser observadas, mas hoje a própria classe media tem um grande índice de violência em teu meio, seria isso uma falta de oportunidade? Logicamente que não, quando falamos de oportunidade, é fundamentar uma visão de humanismo entre todos, que pra sermos sinceros achamos impossível, então temos que aprender a conviver com esse declínio da humanidade se tratando de violência no geral.

COLETIVO: Qual o maior defeito e maior qualidade do RAP NACIONAL?

Jihad: Sua teoria... o rap muitas das vezes se coloca como centro único da verdade e não é por ai, acreditamos que o rap deve e pode fazer muito mais por ele mesmo, hoje podemos perceber que os grupos em sua maioria se preocupam em estar mais fazendo shows etc.

 Do que estar praticando o que passam em suas letras... observamos muitos discursos inflamados e muita pouca atitude em prol dos menos favorecidos, e percebemos que quando o fazem, por trás existe uma intenção “extra” pelo mesmo, o rap tem um grande poder de mobilização e respeito o bastante para se consolidar como uma arma em prol dos excluídos (as) mas não é isso que acontece em tua prática. Sobre a qualidade do rap nacional, somente ser “rap”.

Você falou desse belíssimo projeto social de vocês, e ao mesmo tempo você abraçou o nosso projeto social (ADN – Amigos Da Net) qual a importância desses projetos para você? E o que acha do projeto ADN?

Toda ação que tem como objetivo, procurar a mudança... deve ser assistido por aqueles que de certa forma pregam a igualdade... em sua teoria, e um projeto desses abre espaço para mostrar o que é o rap em sua prática!!!

COLETIVO: Qual a formação do grupo ?

 O grupo é formado por: KAAB AL-QADIR, ABDULLA, RONNI BIG, DJ KURTS, OMAR SETH ALI, RNK, DUQUE ERRE.

( ( ( A.c.e.s.s.e.m ) ) )

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